– Foto: José Cruz/Agência Brasil.
O número de pessoas vivendo em situação de rua no Brasil aumentou 25% em 2024, atingindo 327.925, segundo dados do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua (OBPopRua/POLOS-UFMG). Em 2023, eram 261.653 pessoas nessa condição. O crescimento é ainda mais alarmante quando comparado aos dados de 2013, quando 22.922 pessoas estavam nesta situação, indicando um aumento de 14 vezes em 11 anos.
A pesquisa utilizou informações do Cadastro Único de Programas Sociais (CadÚnico), que centraliza dados de beneficiários de políticas como o Bolsa Família e o BPC, além de apontar vulnerabilidades para repasses federais.
A maior concentração da população em situação de rua está na Região Sudeste, com 63% do total (204.714 pessoas), seguida pela Região Nordeste, com 14% (47.419 pessoas). O estado de São Paulo registra os números mais altos, com 139.799 pessoas vivendo nas ruas, o equivalente a 43% do total nacional.
Especialistas apontam que, além do fortalecimento do CadÚnico, a insuficiência de políticas estruturantes, como moradia, trabalho e educação, contribui para o aumento dessa população. Mais de 70% das pessoas em situação de rua não concluíram o ensino fundamental, e 11% são analfabetas, dificultando o acesso ao mercado de trabalho.
Em São Paulo, apesar de cerca de 590 mil imóveis particulares vazios, 92.556 pessoas vivem nas ruas, conforme o Censo Demográfico 2022. Robson César Correia de Mendonça, do Movimento Estadual da População em Situação de Rua, defende a utilização desses imóveis para habitação social como solução mais econômica e eficiente do que a manutenção de albergues.
A Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social de São Paulo informou que, em 2024, dos R$240 milhões do Fundo Estadual de Assistência Social destinados aos municípios, R$156 milhões foram aplicados em serviços de Proteção Social Especial, mas não forneceu números detalhados sobre pessoas em situação de rua no estado. fonte: Agência Brasil/A Tarde