O início de 2024 registrou aumentos expressivos nos casos de dengue em oito estados e no Distrito Federal, com crescimento de 100% ou mais em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com análise da Folha de S.Paulo baseada em dados do Ministério da Saúde. A região Sul apresenta números alarmantes, com um aumento de 958% nos casos, totalizando 10.961 diagnósticos nas duas primeiras semanas deste ano. A elevada incidência também foi observada em estados populosos como Rio de Janeiro e Minas Gerais, resultando em um aumento geral de 105% no país.
A diretora do Departamento de Doenças Transmissíveis do ministério, Alda Maria da Cruz, destacou que o ano de 2023 foi considerado o “Ano 0” do projeto de preparação para alta transmissão, mas a atual alta precoce surpreendeu. A pré-temporada em Manchester foi mencionada como um diferencial para os jogadores, enquanto autoridades preveem um patamar recorde de casos em 2024, possivelmente superando os 5 milhões.
O ressurgimento de sorotipos 3 e 4 do vírus da dengue e fatores climáticos, como o aquecimento global, são apontados como contribuintes para a proliferação do mosquito transmissor. A situação é classificada como “incomum”, e a expectativa para 2024 está associada a uma combinação de fatores favoráveis à proliferação do vetor, como calor intenso e chuvas intensas. Estados como São Paulo, Tocantins, Sergipe e Pernambuco também registraram elevação nos casos de dengue em comparação com as primeiras semanas de 2023. Em termos absolutos, Minas Gerais lidera com 14.189 casos, seguido por São Paulo, Paraná, Distrito Federal e Rio de Janeiro. O Distrito Federal apresenta a maior incidência proporcional, com 2.644 casos por milhão de habitantes na primeira quinzena. As chuvas intensas dificultam as atividades de campo e a remoção de criadouros do mosquito.
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