O caso do jovem Carlos Alberto Júnior, de 22 anos, morto durante ação da Polícia Militar no Complexo do Nordeste de Amaralina em 2013, em Salvador, ganha uma nova etapa. Nesta quinta-feira (7), será realizada a terceira audiência de instrução no 1º Juízo da 1ª Vara do Júri, localizada no Fórum Criminal de Sussuarana, na capital baiana, a partir das 8h30. Os réus são os policiais Jefferson França, Diego Luiz Silva e Iapuran Cerqueira Junior. Eles foram acusados pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) por homicídio duplamente qualificado, cometido por motivo torpe e sem possibilidade de defesa da vítima. O objetivo desta terceira audiência é finalizar as oitivas das testemunhas de acusação para, em seguida, passar a ouvir as testemunhas de defesa dos policiais. No entanto, por conta do longo período de dez anos passados desde a morte de Carlos Alberto, algumas das testemunhas arroladas no processo não foram mais encontradas em seus endereços. O caso de Carlos Alberto Júnior é acompanhado pelo Instituto Odara, através do projeto Minha Mãe Não Dorme, desde 2015, a partir do apoio, acolhimento e assistência à dona Rita de Cássia Souza, mãe da vítima. O CASO O crime aconteceu no dia 13 de junho de 2013, na localidade conhecida como Olaria, no Complexo do Nordeste de Amaralina. A PM alega que uma guarnição da 40ª Companhia Independente de Polícia Militar (40ª CIPM) foi chamada por conta de um grupo de homens que estaria comercializando entorpecentes na região e que a operação resultou numa troca de tiros que acabou vitimando Júnior. Apesar da morte do jovem ter sido registrada como um auto de resistência, com a afirmação de que os agentes foram recebidos a tiros quando chegaram à localidade, testemunhas relataram que não houve troca de tiros e que a vítima pulou o muro de uma casa para tentar se proteger dos tiros, mas foi perseguido e executado pelos policiais. Ainda segundo o relato de alguns moradores da Olaria, os policiais teriam colocado uma arma junto ao corpo do rapaz. Rita de Cássia Souza, mãe de Júnior, conta que uma moradora da localidade onde o jovem foi assassinado ouviu os disparos e, preocupada com seu próprio filho, tentou chegar até o corpo para ver de quem se tratava, mas foi impedida e ameaçada de morte pelos policiais. Após a morte do rapaz, familiares, amigos e moradores do Nordeste de Amaralina realizaram inúmeros protestos para pedir justiça por Júnior e também por seu primo Joel, de 10 anos, baleado e morto dentro da própria casa em 2010, na mesma rua onde Júnior foi executado.Fonte: Bahia Notícias