Exposições mostram arquitetura com o DNA italiano em Salvador e no Rio

Palácio Rio Branco, no Centro da Cidade

Um das construções mais belas da cidade, O Palacete das Artes recebe, a partir de terça-feira (9), duas exposições Dell’Architettura, com abordagens diferentes e complementares, realizadas pelo Instituto Italiano de Cultura: no andar térreo, está A Presença Italiana na Paisagem Soteropolitana e no pavimento superior, Investigação Fotográfica sobre a Influência Italiana na Paisagem Carioca.
A primeira mostra como Salvador foi transformada, nas três primeiras décadas do século passado, por um grupo de imigrantes italianos – engenheiros, arquitetos, construtores, decoradores, pintores e escultores, oriundos de regiões italianas como a Calábria, Toscana, Basilicata, Lácio, Piemonte e Sicília. As imagens são de Manuel Sá.

Segundo o curador Nivaldo Andrade, eles colocaram em prática um estilo chamado Ecletismo, caracterizado pela profusão de ornamentos, tanto nas fachadas quanto nos interiores, contrastando com a vetustez dos sobrados coloniais que ainda predominavam em Salvador. E pela incorporação inédita de sofisticados elementos de ferro e vidro fabricados em países como Inglaterra, Alemanha, França ou Estados Unidos. Entre os vários exemplos estão a monumental escadaria do Palácio Rio Branco ou na elegante marquise lateral do Palacete do Comendador Bernardo Martins Catharino – onde funciona o museu.

Dentre estes personagens, os primeiros italianos a chegar a Salvador foram artistas, como o escultor Pasquale De Chirico e o pintor florentino Oreste Sercelli, que chegaram por volta de 1905 para trabalhar na reconstrução da antiga Faculdade de Medicina, no Terreiro de Jesus. A obra que assinalou o início deste processo em Salvador é o palacete do Comendador Bernardo Martins Catharino, atual Palacete das Artes. Para projetá-lo, o proprietário trouxe, da então capital, o Architecto Constructor Battista Rossi, que se consolidaria como o projetista preferido da nova burguesia baiana. Santoro, por sua vez, foi o autor das principais obras públicas das décadas de 1910 e 1920.

foto luigi fossati
Foto: Divulgação

A segunda mostra traz o mesmo mapeamento na capital carioca, onde os italianos deixaram suas marcas em prédios históricos como o Moinho Fluminense, na Zona Portuária; o Hospital da Cruz Vermelha, no Centro, e a atual sede da EAV, no Parque Lage. A mostra traz 37 painéis fotográficos em preto e branco de prédios que têm a Itália no DNA. As imagens são do fotógrafo, professor e artista visual Aristides Corrêa Dutra, que assina a curadoria e os textos da mostra juntamente com a diretora do Instituto Italiano de Cultura do Rio de Janeiro, Livia Raponi.
SERVIÇO

Abertura: dia 9 de agosto, às 18h30
Local: Palacete das Artes
Endereço: Rua da Graça, 284, Graça, Salvador, Bahia.
Visitação: 10 de agosto a 9 de outubro
Horário: de terça a sábado, das 13h às 18h

Correio 24hs

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