O belga achado morto em um apartamento no Rio de Janeiro já tinha mandado mensagens para o irmão dizendo que sua relação com o marido era um "inferno". O corpo de Walter Henri Maximilien Biot tinha sinais de agressão e o marido, o cônsul alemão Uwe Hebert Hahn, foi preso por suspeita de envolvimento na morte do companheiro. A informação é do Uol.
"Eu te ligo outro dia. É o inferno aqui com Uwe", diz a mensagem que Walter mandou ao irmão, que respondeu dizendo "Não se preocupe. Coragem". O belga então continuou mandando uma foto que mostrava um ferimento no queixo e dizendo que iria procurar a polícia.
Essa troca de mensagens faz parte do inquérito policial que investiga a morte de Walter.
Um amigo de Walter, que trabalha em uma barraca de praia, também contou à polícia que o casal tinha brigas constantenmente, descrevendo o cônsul como uma pessoa controladora e que tinha costume de humilhar o marido. Walter não trabalhava e dependia financeiramente do cônsul até cerca de um ano atrás.
Walter chegou a colocar um ponto final no relacionamento, voltando para a Bélgica com ajuda de um amigo, que pago a viagem. Três meses depois, contudo, ele voltou para o Brasil e reatou o casamento com Uwe.
Mas houve uma mudança na dinâmica quando Walter recebeu uma herança de 600 mil euros (cerca de R$ 3 milhões) depois que o amigo que o ajudara a viajar morreu. As brigas entre Walter e Uwe aumentaram.
A rotina de brigas foi confirmada pela diarista que trabalhava para o casal. Ela contou que encontrou manchas de sangue e vidro quebrado pela casa anteriormente. Também viu um corte na testa do belga em julho.
A versão do cônsul é que Walter tomava muitos remédios para dormir e tropeçou na varanda do apartamento onde moravam, em Ipanema, caindo de rosto no chão. Para a família e amigos, contou que o belga tinha morrido de infarto.
O médico socorrista do Samu estranhou os ferimentos e não quis atestar a morte, enviando o corpo ao Instituto Médico Legal (IML) para perícia – o exame apontou mais de 30 lesões e determinou que Walter morreu de traumatismo craniano.
Uwe e Walter estavam juntos havia 23 anos, quatro desses morando no Rio. Eles preparavam mudança para o Haiti, para onde o diplomata tinha sido transferido.