Diretor de futebol do Bahia, Eduardo Freeland fez um pronunciamento na tarde desta segunda-feira (1º), na qual anunciou as contratações do lateral direito Marcinho e do meia-atacante Ricardo Goulart. Em vídeo, publicado nas redes sociais do clube, Freeland explicou os motivos que levaram o tricolor ao acerto com Marcinho.
Nas redes sociais, parte dos tricolores não receberam bem o acordo. Muitos protestaram contra o jogador, que responde criminalmente por ter atropelado um casal de professores em 2020, quando defendia o Botafogo. Na época, Marcinho não prestou socorro e fugiu do local. As vítimas não resistiram e morreram.
Nesta segunda-feira, a campanha "Marcinho não" ficou entre os assuntos mais comentados do país no Twitter. Mesmo reconhecendo a rejeição de parte da torcida, Freeland explicou que a sua boa relação com o lateral e seus familiares o fez optar pela contratação. Marcinho e Eduardo Freeland trabalharam juntos no Botafogo.
“Em março, quando fui apresentado pelo presidente, ele me deu a chave do futebol e essa grande responsabilidade de dirigir o futebol do clube. Essa responsabilidade me faz tomar decisões importantes e a contratação do Marcinho foi uma delas. Entendendo o histórico que eu tenho com Marcinho, um jogador que eu tive o prazer de trabalhar na base do Botafogo, um jogador que recebi lá quando tinha 15, 16 anos. Conheci a sua conduta, o seu caráter e todo o entorno do Marcinho. É um jogador que sempre foi profissional em suas condutas, sério e dedicado”, afirmou.
Sobre o processo no qual o jogador responde por homicídio culposo (quando não há a intenção de matar), Freeland afirmou que o Bahia está acompanhando o inquérito e que o contrato firmado até o fim da Série B possui cláusula que protege o Esquadrão em caso de condenação.
“Marcinho lamentavelmente se envolveu em um acidente, no qual ele reconheceu os seus erros, pediu perdão e tem cumprido e cumprirá tudo que a Justiça determinar. O Bahia respeitará sempre as decisões judiciais”, disse.
“Nosso contrato vai até o final da Série B, em novembro. Logicamente o clube está se respaldando em cláusulas que protejam o clube em caso de condenação, mas enquanto a Justiça brasileira permitir que o atleta desenvolva o seu trabalho, o clube vai abrir as portas e permitir que ele possa trabalhar”, completou.
O dirigente analisou ainda o fator técnico da contratação. Ele lembrou que Marcinho foi convocado por Tite para a Seleção Brasileira, em 2019, e garantiu que o jogador vai contribuir ao elenco. Marcinho estava sem clube desde abril, quando rescindiu o contrato com o Athletico-PR. Ele chegou a ser anunciado pelo Pafos, do Chipre, mas o acerto não aconteceu pois o atleta está impedido de sair do Brasil enquanto responde ao processo criminal.
“Marcinho é um jogador que tecnicamente é incontestável, que há pouco menos de dois anos estava servindo a Seleção Brasileira, que teve relevância nas suas passagens por Botafogo e Athletico-PR. A gente entende que ele vai agregar muito ao nosso elenco, vai nos ajudar no nosso objetivo de voltar ao futebol brasileiro”, finalizou.